São Paulo – Produtos multiúso, como hidratantes que desinfetam as mãos, fragrâncias que relaxam e ingredientes naturais são algumas das tendências do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) para o pós-pandemia. Um encontro virtual de negócios no setor de HPPC reuniu profissionais de diversas áreas e apresentou dados do setor e as novas tendências para o pós-covid-19.
Segundo a especialista em marketing estratégico da consultoria cosmética Pharmilab na Europa, Daniella Ferreira (foto acima), há novas demandas para essa indústria. As pessoas agora estão mais preocupadas com a higiene e a imunidade, buscando produtos multiúso; estão usando menos maquiagem e valorizando mais os olhos e cabelos, já que as máscaras escondem parte do rosto; há uma preocupação maior com a poluição e a sustentabilidade dos produtos, e ainda, com a luz azul das telas mais frequentemente utilizadas com o ambiente virtual que se estabeleceu. E as pessoas estão mais ansiosas com a quarentena e o home office, buscando rituais de “on e off”, em que poderiam entrar fragrâncias relaxantes nos produtos, como lavanda e camomila.
“O bem-estar se tornou fator de grande importância e podemos utilizar a aromaterapia para marcar rituais dentro de casa, com fragrâncias para focar no trabalho e, num segundo momento, para relaxar”, disse Ferreira.
Outras tendências de mercado são a valorização de ingredientes naturais, veganos e orgânicos, como óleo de eucalipto e própolis, ingredientes para aumento de imunidade, como ginseng, e antibacterianos como o óleo de melaleuca, além de um interesse maior nas chamadas medicinas alternativas, como a chinesa e a ayurvédica, com o uso de canela, gengibre e manjericão, por exemplo.
Para a especialista, a sustentabilidade também ganhou maior importância. Agora, as pessoas querem conhecer melhor os processos das empresas, o histórico, e estão mais preocupadas com as embalagens. Para Ferreira, contar sua história é muito importante, bem como valorizar a identidade cultural da marca.
O webinar “Perfil do consumo nos potenciais mercados alvo: Portugal, França, Egito, Angola, Marrocos e Emirados Árabes” foi organizado pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) em parceria com a Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN).
Sobre o potencial de mercado nos países árabes falaram a gerente Comercial da Câmara Árabe, Daniella Leite, e a consultora de Negócios Internacionais da entidade, Karen Mizuta. Segundo Mizuta, o mercado de beleza e cuidados pessoais no Oriente Médio deverá atingir um crescimento médio de 6,4% ao ano entre 2017 e 2025, alcançando US$ 32,2 bilhões em 2025. Já o mercado halal deve alcançar US$ 52,05 bilhões no mundo todo em 2025.
As representantes da Câmara Árabe falaram sobre o mercado halal e a importância dessa certificação para vender aos países árabes, e também sobre a forte tendência por cosméticos orgânicos, e sobre a forte marca que o Brasil tem nesse setor perante os árabes. Elas apresentaram os serviços oferecidos aos associados da entidade.
Entre os demais participantes estavam a especialista em Inteligência Comercial e Relações Internacionais Marina Carrara e o consultor especializado em desenvolvimento de negócios Marcelo Vitali, ambos da Orbiz, empresa de desenvolvimento de negócios e projetos internacionais. Eles falaram sobre oportunidades e estratégias para a inserção de produtos nos mercados-alvo.
Segundo Carrara, as demandas masculinas vêm aumentando no Egito e no Marrocos, e os homens vêm buscando mais produtos para cuidados pessoais e para a pele. Também há uma maior demanda por produtos de skincare, com a consciência crescente do impacto gerado pela exposição solar, e por produtos orgânicos e naturais, e no Marrocos, uma forte oferta local de óleo de Argan, altamente consumido em produtos capilares.
O evento foi mediado pelo consultor Maurício Manfren, membro do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras (CECIEx).
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